O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também escravidão legalizada.
No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância - esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e pais e filhos.
Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna.
Além de garantir a preservação da humanidade, a família traz equilíbrio à sociedade como um todo. Isso porque a estrutura familiar, devidamente composta por pai, mãe e filhos independentemente da fé, tem, a bênção de Deus, já que essa foi prometida pelo Senhor, primeiro na criação (“Depois o Senhor disse: Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade.” “É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa”. Gn 2.18,24); e depois através da promessa feita a Abraão “... e em ti serão benditas todas as famílias da terra”; Gn 12.3b. Assim, a sociedade que preza pelos valores (bons costumes) familiares, tem a garantia da bênção de Deus e mais qualidade de vida, pois observa um princípio imutável estabelecido pelo Criador. A própria vida social como um todo (trabalho, educação, lazer, convivência), é melhor em uma sociedade que possui famílias estruturadas, pois sua forma de governo sempre beneficiará as pessoas e não o indivíduo.
A bênção de Deus está sobre o matrimônio que é o casamento, ou seja, a união legítima de um homem com uma mulher. É bom deixar este assunto bem claro para que ninguém caia no simplismo de dizer que só é abençoada a família ou o casamento entre crentes. Pois sabe-se que têm milhares de pessoas não-crentes que vivem uma vida familiar feliz, pois isto é cumprimento da promessa de Deus sobre a família (texto extraído da Revista de Adolescentes 7, Vivendo em Família, CPAD)
Nesta lição abordaremos o direito e os deveres dos pais e filhos na família. Peça que seus alunos digam com suas palavras o que eles entendem por direitos e deveres. peça que listem em uma folha o que eles consideram ser seus direitos e deveres dentro de sua família. Depois faça uma roda de conversa onde cada aluno vai citar um direito e um dever que ele escreveu e ouvirá a opinião dos colegas sobre o que ele disse. lembre-se professor que você devrá ser o mediador da conversa e sempre trazer o foco Bíblico para o debate.
Para ampliar seu conhecimento professor aqui temos uma matéria do site monte Sião:
CUIDADOS QUE OS FILHOS NÃO PODEM ESQUECER
Os filhos precisam pensar que o relacionamento com seus pais lhes impõe algumas metas para toda a vida.
A recomendação paulina tem duas partes. A primeira, que vamos tratar agora, estabelece:
Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo (verso 1).
PONDO ALGUNS DILEMAS
Certamente, boa parte dos filhos tem dificuldade em colocar este princípio em prática, porque na teoria o aceitam e até desejam vivenciá-lo. O problema é apenas a prática, por causa da natureza humana.
A natureza humana, no entanto, não é o único entrave à prática da obediência aos pais. Há outros obstáculos. Listemos alguns.
1. Quando os filhos ouvem que devem obedecer aos seus pais, podem se perguntar se este é um verbo conjugável à luz dos direitos humanos, simbolizados na proposta da Revolução Francesa (século 18), com seu slogan "Liberdade, Igualdade e Fraternidade".
2. Podem os filhos ainda se perguntar se precisam obedecer aos pais, já que suas instruções são dadas no interior de ordem humana decaída desde a Queda narrada em Gênesis 3, com reflexos sobre toda a humanidade.
3. Podem os filhos também questionar a necessidade de obediência a pais que têm gostos, opiniões e percepções diferentes das suas, em função de características pessoais ou mesmo de condições de época.
Para sermos mais práticos, podemos pôr os seguintes dilemas:
Dilema 1. Um filho que tem um pai (ou mãe) extremamente organizado, em termos espaço e tempo, receberá instruções exageradamente voltadas para manter as coisas organizadas. Acontece que o filho não tem essa característica do seu pai. Está ele obrigado a obedecer a seu pai?
Dilema 2. Que fazer quando os pais apresentam aos filhos instruções que estão em franca oposição a claros princípios da Palavra de Deus?
Dilema 3. Precisamos enfrentar ainda a realidade de pais que, no interior do convívio familiar, dão instruções conflitantes aos seus filhos, que ficam confusos sobre a quem obedecer. A situação se agrava quando os pais são separados e os filhos passam tempo em casas diferentes, com valores diferentes, com emoções diferentes.
OS SENTIDOS DA OBEDIÊNCIA
Espero ajudar no respondimento a estes dilemas, ao expor o pensamento paulino sobre os deveres dos filhos em relação aos seus pais, considerando a realidade das famílias.
1. Quando ordena "filhos, obedeçam aos seus pais", Paulo convida os filhos a reconhecerem que há uma hierarquia em relação aos seus pais.
Quando o autor da carta aos Efésios pede obediência dos filhos aos pais, ele diz que esta obediência é no Senhor. Ao usar a expressão "no Senhor", o apóstolo está dizendo que entre pais e filhos há uma hierarquia. Há uma hierarquia entre Deus e o homem; esta é uma ordem espiritual, que não tem como ser negada. O ser humano procede de Deus; o contrário não é possível.
Por analogia, há uma hierarquia entre pai e filho. O filho procede do pai; esta é uma ordem que não pode ser alterada. Pai é pai; filho é filho. Nesta hierarquia, pai vem primeiro, porque chegou primeiro e porque tem tarefas específicas em relação aos seus filhos, tarefas de gerar, cuidar e educar. Esta hierarquia vem da própria ordem natural: filho não gera pai, é gerado por ele; filho não consegue sobreviver, especialmente nos primeiros anos, sem o cuidado do pai; filho não tem conhecimento para legar ao seu pai, tarefa que pertence a este. Mesmo quando há diálogo, e deve haver; mesmo quando há cuidado e educação mútuos, a ordem natural permanece como um ideal, jamais como um convite ao exercício do despotismo paternal ou filial (sim, porque há filhos que dominam seus pais, seja pelo poder econômico ou físico ou emocional, numa total inversão de valores). Ignorar a hierarquia tem conseqüências, geralmente desastrosas, para os filhos.
2. Para ser "no Senhor", isto é, no Senhor Jesus Cristo, esta vivência deve ser tratada como uma exigência de natureza espiritual. A obediência não deve depender da justiça do comportamento dos pais, mas é uma resposta espiritual de uma pessoa que procura viver segundo as exigências próprias da santidade.
Essa obediência é para quem está no Senhor (Colossenses 3.18). Quem está "no Senhor" vive em outra ordem, na ordem da liberdade, mesmo que em submissão externa, na ordem da igualdade, mesmo que o mundo ainda tenha dominadores e dominados, mesmo que homens e mulheres ainda não sejam iguais.
Obediência no Senhor é obediência por causa do Senhor.
3. Em seu convite, Paulo acrescenta que a obediência dos filhos aos pais no Senhor é justa (ou correta, em outras versões).
O primeiro imperativo para a obediência advém da analogia com a hierarquia existente entre Deus e o homem. A segunda razão é de ordem mais humana, posta agora no coração da lógica. Trata-se de algo justo, correto, direito e bom.
Paulo não explica as razões dessa justiça, correção, legitimidade e bondade, mas podemos imaginá-las.
3.1. Ainda bem que é assim, porque os filhos, estando em formação biológica, moral, intelectual e espiritual, precisam dos seus pais. Quando um filho obedece ao seu pai, está reconhecendo que está em formação e que, estando em formação, precisa de apoio para que seu desenvolvimento seja constante e saudável.
3.2. Esta obediência é boa porque os pais, por instinto e amor, querem o bem dos seus filhos. O conflito se estabelece porque os filhos, em busca da liberdade, querem expandi-la ao máximo. Essa busca é explorada pelo mundo, que jaz no Diabo, o pai das mentiras (João 8.44) e procura defender seus próprios interesses. Nessa defesa, ele parece estar ao lado dos filhos, mas só está mesmo ao seu lado. Vem daí a força de sua sedução. Quando o mundo se contrapõe aos pais, tende a ganhar a batalha, porque os filhos lhe são suscetíveis, porque enganados. Mesmo desafiados, os pais continuam a proteger o corpo, a mente e alma dos seus filhos. Ai dos filhos, não fosse esta ferrenha defesa; os filhos já teriam sucumbido, o que acontece quando os pais não cumprem seu papel, por desinteresse ou desistência.
3.3. A obediência é boa porque, posta em ação, lança mão da experiência dos pais, coisa que os filhos não têm; eles vão adquiri-la, mas aí já serão pais, a quem os filhos devem obediência. Parte do conflito pais e filhos decorre de uma capacidade que só os pais têm: eles pensam a longo prazo, ao passo que os filhos não têm ainda esta competência; para eles, o "agora" é o que importa.
3.4. A obediência é boa porque, ao fazê-lo, os filhos estão permitindo que seus pais exerçam uma tarefa que lhes pertence: pastorear seus filhos. Pai é pastor das suas crianças. Aos filhos cabe aceitar este pastoreio.
Filhos, obedecer é bom.
A OBEDIÊNCIA NO CONTEXTO DOS CONFLITOS
Quero aplicar estes cuidados no contexto dos conflitos já referidos.
1. Como obedecer a um pai (ou mãe) que exagera em suas instruções, em função de características pessoais, que não são as dos filhos?
Bem diretamente: você e seu pai são diferentes, em hábitos, costumes, gostos e preferências. Tem que obedecê-lo quando pede, por exemplo, para ser organizado de um modo que você acha excessivo?
Para responder você mesmo, não por você mesmo, mas no Senhor, isto é, segundo a Sua Palavra, considere:
• saiba que seu pai ama você. Pode não parecer, por sua causa ou por causa dele,
• saiba que por trás do eventual exagero do seu pai (quanto a horários de chegar em casa, por exemplo), há cuidado por você; talvez, quanto mais o seu exagero, maior o seu amor. Ele não faz o que faz por ele: faz por você. Então, aceite o seu cuidado, mesmo que exagerado, e tente alcançar os alvos que ele lhe propõe.
• saiba que seu pai tem mais experiência que você. Seja humilde para reconhecer esta óbvia realidade. Não adianta competir: ele sabe mais porque já viveu mais.
• obedeça ao seu Pai no Senhor. Mesmo que não concorde.
2. Que fazer quando as instruções paternas estão em desacordo com as instruções divinas?Deve um filho obedecer ao seu pai quando, por exemplo, este lhe proíbe que seja batizado? A resposta é "sim".
A hierarquia permanece, mesmo quando o pai erra, mesmo quando falha em sua hierarquia com Deus.
Ore para que aprenda os imperativos divinos. Enquanto a mudança não vem, obedeça-o. Ganhe seu pai pela obediência, não pela desobediência. Se ele, por exemplo, não concorda com o seu batismo ou o seu casamento, espere. Dialogue. Se você o convencer, ótimo. Se não, obedeça-o. É bíblico e tudo que é bíblico é bom para nós. Vale a pena esperar.
3. A que pai obedecer quando, dentro de casa, são dadas instruções conflitantes? Como uma criança ou um adolescente pode obedecer a pais separados, quando estes oferecem instruções contraditórias e confusas para seus filhos?
Eis alguns cuidados neste delicado território, em que há muitas vítimas:
• lembre-se que seus pais, mesmo estando separados, amam você.
• procure manter sua saúde, mesmo que seus pais estejam enfermos emocionalmente.
• ocupe-se em arrancar (no bom sentido!) o que há de melhor em cada um deles, em termos de experiência de vida.
• mesmo que seu pai não mereça ser obedecido, você o obedece como um compromisso feito com Jesus Cristo para uma vida digna do Evangelho. Seu exemplo é o próprio Jesus Cristo. Obediência não deve ser uma resposta, mas uma iniciativa. Ou melhor: um filho não deve obedecer ao seu pai porque seu pai tem feito a sua parte no relacionamento entre ambos, mas um filho deve obedecer ao seu pai de modo unilateral, como uma iniciativa de quem procurar imitar a Jesus Cristo e alcançar os padrões elevados que propõe para todos os seus discípulos.
• em oração, use esta adversidade como uma alavanca para seu crescimento espiritual. Quem sabe este seu sofrimento não seja um megafone de Deus dirigido aos seus ouvidos!
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