sábado, 21 de agosto de 2010

JOÃO BATISTA - O ÚLTIMO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO - LIÇÃO 08 JOVENS E ADULTOS


Leitura Bíblica em Classe


Mateus 11.7-15


I. A origem de João Batista

II. A personalidade de João Batista

III. João Batista, o último profeta


Conclusão


JOÃO BATISTA E A COMUNIDADE DOS ESSÊNIOS


Há ainda hoje quem procure associar João Batista à comunidade dos essênios que viviam em Qumran, no deserto da Judéia nas proximidades do Mar Morto. Josefo descreve o modus vivendi dessa antiga seita judaica em Antiguidades Judaicas, Livro 18, capítulo 1; Guerras Judaicas, Livro 2, capítulo 12[1]. A descoberta de sua biblioteca a partir de 1949 confirma os relatos do historiador judeu e trouxe à tona muitos detalhes até então desconhecidos. Desde então, não falta especulação sobre a possibilidade de João Batista e até o próprio Jesus terem sido essênios.

Os documentos encontrados na região são abundantes, mas nenhuma prova conclusiva ainda foi apresentada. Parece, pois, temerário tentar associar o filho de Zacarias a eles.Os defensores de um João Batista essênio argumentam que a comunidade era governada por uma hierarquia sacerdotal e João veio de família de sacerdotes. Tanto o filho de Zacarias como o grupo de Qumran compartilhava da visão escatológica, viviam no deserto e praticavam o banho ritual.


A teologia escatológica vem desde Ezequiel e Daniel. A literatura apocalíptica posterior trata basicamente do fim do mundo e do juízo final. Por que João teria que se abeberar em fontes essênias? Josefo e os documentos de Qumran afirmam que os essênios eram contra o ritual do templo de Jerusalém, por essa razão foram viver como eremitas no deserto, afastando-se da sociedade. Além disso, mulheres não eram aceitas na comunidade, mas adotavam crianças. Esses dados por si só mostram que os pais de João Batista não podiam ser essênio, pois Zacarias ministrava o sacerdócio na Casa de Deus, quando o anjo anunciou o nascimento de seu filho e era casado. E João? O texto sagrado afirma: “E o menino crescia, e se robustecia em espírito, e esteve nos desertos até o dia em que havia de mostrar-se a Israel” (Lc 1.80).

Alguns interpretam que, como seus pais já eram idosos, logo teriam morrido e seu filho teria sido adotado por alguma seita do deserto. É evidente que se trata de interpretação hipotética, pois o deserto, na Bíblia, é sempre apresentado como local de contemplação e inspiração profética, quem não se lembra das experiências de Moisés e Elias? (Ex 3.1; At 7.30; 1Rs 19. 4-7). E João é o último da linhagem dos profetas: “Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João” (Mt 11.13). Os banhos rituais eram parte da vida dos essênios, ainda hoje podem ser vistas essas banheiras de pedras em Uiad Qumran. Porém, o batismo que João introduziu é outra coisa, muito diferente da prática dessa comunidade do deserto. Segundo Josefo, essa prática visava à purificação do corpo e, sobretudo, era praticado diariamente.A verdade é que ele realizava batismo ao longo do Jordão, não ficava fixo em um só lugar: “E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados” (Lc 3.3). A Palavra de Deus afirma que:”João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados” (Jo 3.23). Essa região é no norte de Israel, em Bete Shean. Ele realizou também batismo do outro lado do Jordão, onde hoje é a Jordânia: “Essas coisas aconteceram em Betânia, do lado do Jordão, onde João estava batizando” (Jo 1.28). Este é o local do batismo de Jesus.A mensagem de João não era pensamento humano, nem da escola de Shamai, nem de Hillel, e muito menos dos essênios. É até possível haver alguns pontos de intercessão se forem comparadas todas as idéias religiosas vigentes na época. No entanto, afirmar que o Batista foi essênio ou que recebeu influência deles com base nos argumentos acima apresentados é exagero, é forçar demais a interpretação dos fatos. Texto extraído da obra: O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD.


[1] A divisão de livros, capítulos e parágrafos nas obras de Flávio Josefo, na edição da CPAD, destoa do padrão universal, mas é a referência documentada aqui para facilitar a pesquisa de quem deseja conferir as informações.

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ORIGEM DA ESCOLA DOMINICAL

Os missionários escoceses Robert (1809/1888) e Sara Kalley (1825/1907) são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não era grande; apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florecesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Essa mesma Escola Dominical deu origem à Igreja Congregacional no Brasil.

Hoje, no local onde funcionou a primeira Escola Dominical do Brasil, acha-se instalado um colégio (Colégio Opção, R. Casemiro de Abreu – segundo informações da Igreja Congregacional de Petrópolis). Mas ainda é possível ver o memorial que registra este tão singular momento do ensino da Palavra de Deus em nossa terra.

Houve, sim, reuniões de Escola Dominical antes de 1855, no Rio de Janeiro, porém, em caráter interno e no idioma inglês, entre os membros da comunidade americana.

Fonte:ensinodominical.wordpress.com