sexta-feira, 27 de novembro de 2009

COMO TRABALHAR COM ADOLESCENTES



Trabalhar com adolescentes é um desafio! Ao longo dos anos em que trabalhei com eles, e nas matérias que li a respeito, aprendi que o seguinte ajuda:

  • Seja honesto e franco - se você não sabe uma resposta, não enrole, pesquise e responda depois. Peça desculpas quando você cometer um erro. Incentive a conversa aberta e crie uma relação de confiança com os jovens, assim eles passarão a se sentir à vontade para fazer perguntas e participar.

  • Respeite as opiniões - eles já querem ser tratados como adultos, mas precisam que você ajude-os a perceber erros e problemas. Ao mesmo tempo, adolescentes ainda tem muito de criança dentro de si. Promova o respeito mútuo - para com você e entre eles.

  • Utilize temas atuais e do interesse deles, ou tente atualizar os temas que você vai trabalhar. Mantenha-se atualizado sobre os interesses dos jovens: preste atenção às vitrines de lojas, assista um pouco de TV os programas que eles gostam, converse com professores, psicólogos e profissionais que convivem com eles. Muitas editoras estão publicando Bíblias adaptadas a linguagem de torpedo ou com gírias; daria para fazer um trabalho interessante comparando estas com as versões tradicional e na linguagem de hoje.

  • Varie as técnicas na medida do possível; use dinâmicas, vídeos, jogos de computador, brincadeiras, trabalhos manuais - coisas nas quais os jovens possam participar e fazer por eles mesmos. Adolescentes gostam de novidades, de ser surpreendidos, de se movimentar. Aqui no site visite as páginas de jogos e dinâmicas

  • Evite palestras ou lições de moral. Leve os jovens a encontrar a "moral" por eles mesmos.
    Uma técnica ínteressante é a do tribunal: divida a turma em 2 grupos - acusação e defesa (você pode aindar ter um 3o. grupo para juri, dependendo do tamanho da turma). Proponha um texto bíblico, por exemplo uma atitude controversa de Jesus. Os jovens devem apresentar seus pontos de vista, de acordo com o grupo a que pertencem, podem convocar testemunhas (personagens que outros jovens irão interpretar). É preciso chegar a uma conclusão no final - se nem todos concordam que pelo menos todos entendam o que levou Jesus a agir como agiu.
    Pesquise em livros de técnicas de dinâmicas de grupo ou peça ajuda a profissionais de Recursos Humanos / RH para outras técnicas como esta.

  • Conte histórias, essa é uma atividade que atrai todas as idades - quem não gosta de um pouco e mistério, romance, aventura? A Bíblia tem inúmeras passagens interessantes, divertidas, guerras, paixões, etc...

  • Crie momentos descontraídos, sem tema ou responsabilidade (um jogo de futebol ou queimado depois da reunião, um piquenique ou passeio, gincanas, etc..) - o ambiente informal ajuda a promover a integração e a amizade entre os jovens. Se possível, participe uma vez ou outra dos jogos, não como coordenador, mas como membro da equipe.

    No mais, entregue-se nas mãos de Deus, ele te guiará. E mantenha a mente aberta para aprender sempre!

  • A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL DE DAVI



    Texto Bíblico: Salmos 51.1-4,7-12,17

    O homem segundo o coração de Deus tem em sua ficha uma mancha que o marcou profundamente, mas que também nos serve de exemplo de restauração espiritual.

    Onde estava Deus quando Davi pecou? Aparentemente Deus estava bem distante de toda essa situação. Ele não se manifestou quando Davi acordou de tarde e passeou pelo palácio, olhou uma mulher, chamou e se deitou com ela. Ele não apareceu quando Urias se mostrou íntegro, nem livrou Urias da morte na batalha. Ele só apareceu no fim do versículo 27: ”Porém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor”.

    O fato de coisas ruins acontecerem conosco, ou por meio de nós, não indica que Deus não esteja por perto nem que Ele desconheça o que estamos fazendo ou sofrendo. O Senhor estava observando cada passo de Davi, seu comportamento, sua estratégia para se livrar do problema e os efeitos dela. Deus não estava ausente. Davi é que se esqueceu da onipresença de Deus e nem buscou ao Senhor quando tentado pela visão de Bate-Seba. O rei podia se satisfazer, matar e tentar encobrir suas falhas, mas não as esconderia de Deus.

    O capítulo 12 e 2 Samuel começa com Deus agindo:”E o Senhor enviou Natã a Davi”.

    O Senhor sabe como tratar com cada um de nós, pois conhece nossa estrutura. Para Faraó, Ele enviou um Moisés. Para Acabe, um Elias. Para Nínive, um Jonas. Para Saulo, um Ananias. Para Herodes, um João Batista. Para João Marcos, um Barnabé. E para a humanidade, Jesus. Em alguns casos, mensageiros convictos; em outros, mensageiros relutantes. Deus não deixa de revelar sua vontade, mas a reação a Deus depende de nós.

    Para o rei Davi o profeta Natã. O profeta aponta para o rei o seu pecado, aquilo que Davi acreditava que estava encoberto.

    “Pequei contra o Senhor” aqui começa a recuperação de Davi: com o reconhecimento do seu erro. O que precisava ser dito fora.

    Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com misericórdia. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

    Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mas exige que pautemos por manter uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse padrão, Ele espera que admitamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da confissão.

    Não podemos ter por hábito apenas dizer para Deus o que fizemos como se lêssemos para Deus uma lista de nossas infelizes decisões e atos. Mais que enumerar pecados, Deus espera que concordemos com Ele que erramos e que precisamos do seu perdão.

    E Davi reconheceu seu erro. Ele sabia que em Deus acharia a graça para a recuperação do seu pecado. Deus, por meio da confissão de Davi, não permitiria que ele permanecesse naquela situação: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele o Senhor sustém com a sua mão” (Sl 37.23,24).

    Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo todo em vigilância. Mas podemos ter certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido e o restaurará a comunhão perdida.

    Texto extraído do livro: COELHO, Alexandre Claudino. et. al. Davi, As vitórias e as Derrotas de um Homem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.


    sexta-feira, 20 de novembro de 2009

    RELÓGIO DIVERTIDO

    COMO CONTAR UMA BOA HISTÓRIA




  • Passe segurança! Não se desculpe ao começar, nem em palavras nem com uma expressão corporal encurvada.

  • Conte em suas próprias palavras. Deixe a imaginação funcionar - isto é o que cria mágica e não malabarismos da memória.

  • Se der branco, continue. Não faça caretas, chingue nem desculpe-se. Continue descrevendo detalhes de cores, locais.. isto estimula a imaginação e ajuda a memória. Ou então faça uma pausa, olhando todos nos olhos, como para levantar suspense (não olhe para o chão). Improvise!

  • Mantenha as histórias até 10 minutos de extensão. Ensaie e cronometre.

  • A introdução é crucial. Você vai ganhar ou perder nos 3 primeiros minutos dependendo de como você começa.
    Você tem que criar sua audiência no grupo de crianças, cada uma com seus próprios pensamentos e focos de atenção, antes que você possa começar a contar uma história para elas. Deve haver, na introdução, o indício de que coisas excitantes irão acontecer, incitando a curiosidade, unindo as crianças em antecipação. Não dê tudo na introdução. Sempre mantenha um certo nível de mistério, antecipação e surpresa durante toda a história.

  • Nós adultos tendemos a subestimar a capacidade das crianças de imaginar e fantasiar, e assim, muitas vezes fazemos muitos esforços para esplicar ou justificar o cenário, ou explicar tudo com detalhes. Na verdade, o que atrai as crianças é a possibilidade de entender os aspectos implausíveis da história depois; o que é ótimo, você tem a atenção delas e elas ficarão pensando no que você disse.

  • Para contar histórias você precisa de um pouco de habilidade em vendas, sinceridade (não tente fingir alegria, tristeza, etc.. seja verdadeiro!), entusiasmo (não significa ser barulhento ou articificial), animação (em gestos, voz, expressão facial) e mais importante, ser você mesmo.

  • Nós queremos que a mensagem chege clara e bem definida. Nosso objetivo é comunicar as verdades da Bíblia de uma maneira pessoal e com uma aplicação clara. Seja qual for a maneira que você conte a história, tenha certeza de ser objetivo! Não assuma que as crianças vão entender. Torne a história o mais real possível. Não conte a história de uma maneira cansada ou mal resumida. Pule dentro da narrativa, com a mesma intensidade que os fatos... escolha UM ponto e conte-o como se fosse a notícia mais interessante do mundo.

  • Mantenha simples e direto.

  • Uma vez terminada a história, não fique divagando e corrigindo. Deixe os pensamentos das crianças presos no ponto da história, na mensagem central.

  • Quanto mais você praticar, melhores ficarão as suas técnicas. Teste diferentes métodos, seja criativo. Você sempre aprende com suas experiências. Não seja extremamente tímido ou preocupado "com o que os outros irão dizer se...". Não tenha medo de ser um palhaço ou fazer papel de bobo para Cristo e para as crianças. Humildade, amor e oração são elementos importantes para contar histórias, juntamente com criatividade e inovação. As crianças pegam muito mais do que a história de você; elas percebem o seu entusiasmo pessoal com a mensagem. Elas precisam ver que você foi tocado pela Palavra. Prepare o seu coração enquanto prepara a história.

  • Tenha certeza de colocar algum drama, suspense na história. Deve haver uma situação que dirija ao climax e ao final da história. O conflito pode ser introduzido imediatamente ou aos poucos para aumentar o suspense e a intriga. Tente levar os ouvintes a se preocupar junto com os personagens e se envolver com o que acontece.

  • O professor deve estudar a lição muito bem. Você precisa saber muita coisa para poder ensinar um poquinho.

  • Crianças aprendem com seus sentidos. Elas adoram sentir, cheirar, tocar, escutar e ver. Descreva personagens e locais vividamente, ajudando-os a solidarizar-se com os personagens.

  • Numa audiência mista, tente colocar a história ao nível do mais novo.

    Características de uma boa história:
    Tema único e bem definido; Enredo bem desenvolvido; Estilo: imagens vívidas, sons e ritmo agradáveis; Caracterização; Coerente com a fonte; Apelo dramático; Apropriado e adequado aos ouvintes.

    FONTE:bernerates.com.br Principles of Story Telling, Barry McWilliams

    Traduzido e publicado com autorização do autor
  • MÍMICA DE VERSÍCULOS OU MÚSICAS



    Cada grupo escolhe um dramatizador e um versículo, sem deixar que os grupos adversários escutem.
    O dramatizador através de mímicas e gestos (ou o grupo todo, através de cenas mudas) apresenta o versículo escolhido.
    Ganha ponto o grupo que adivinhar primeiro o versículo que o outro grupo apresentar.
    Determine antes o tempo disponível para cada grupo apresentar seu versículo.
    Os dramatizadores devem ser mudados a cada rodada para que mais crianças possam participar.

    Outra sugestão é utilizar músicas e corinhos conhecidos do grupo, e colocar seus títulos num papel.
    Vocês podem determinar antecipadamente se o grupo tentará dramatizar uma parte da música, só com gestos, para que os demais adivinhem, ou se tentarão cantarolar (sem cantar a letra) ou assoviar a música para que os demais adivinhem.

    DINÂMICA PARA AVALIAÇÃO DE CONTEÚDO - BATATA QUENTE



    Tema: Perguntas para avaliação ou revisão.
    Duração: 10 minutos
    Público: crianças, 6 participantes.
    Material: 1 saco, perguntas em pedaços de papel, brindes (no mesmo número que as perguntas), aparelho de som e cd com uma música animada.

    Coloque as crianças em círculo. Elas terão de passar o saco com as perguntas dentro enquanto a música é tocada. Não vale demorar-se para passar o saco, nem jogar em cima do outro. Tem que ser passado de mão em mão.

    Quando o professor parar a música, a criança que estiver com o saco na mão, retira uma pergunta, a lê e responde em voz alta. Caso esteja correta ganha o brinde. A brincadeira continua até que as perguntas acabem.

    FONTE www.bernerartes.com.br

    O PECADO DE DAVI E SUAS CONSEQUÊNCIAS



    Texto Bíblico: 2 Samuel 11.2,4,5,14-17

    O Tempo de os Reis Saírem à Guerra

    Havia uma época específica em que os reis saíam à guerra? Mesmo que muito ligeiramente, é importante que tal ponto seja abordado, pois ele contém elementos que preenchem lacunas referentes ao contexto daquele período e fornece pistas para entender o que de fato ocorreu naquela tarde fatídica. Pelo que se infere, por razões extremamente locais e relacionadas ao clima, as guerras tinham datas para acontecer: “O profeta aproximou-se do rei de Israel e lhe disse: ‘Vai adiante corajosamente, mas pensa no que deves fazer, pois no ano que vem o rei de Arâm subirá para atacar-te’” (1 Rs 20.22 – TEB[i]). Assim, o texto bíblico é claro e óbvio a este respeito: “E aconteceu que, tendo decorrido um ano [após a última guerra], no tempo em que os reis saem para a guerra, enviou Davi a Joabe, e a seus servos com ele, e a todo o Israel, para que destruíssem os filhos de Amom e cercassem Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém” (2 Sm 11.1), ou seja, é algo perfeitamente comum para quem lesse a narrativa à época. O que deve causar estranheza é exatamente o fato de Davi — um homem de guerra —, não ter ido ao combate, já que esse expediente era praxe e algo quase que protocolar para os reis. Autoconfiança? Cansaço? Desinteresse? O que fez com que o “homem segundo o coração de Deus” resolvesse ficar no palácio real? Evidentemente que, como já foi dito, não é o propósito de a narrativa enfatizar o pecado de Davi e sim o desenrolar do plano de Deus que culminará na Aliança Davídica,[ii] mas para o tema do capítulo, faz-se necessário discutir o assunto nesta ótica:

    [...] É óbvio que a Bíblia não entra em detalhes para descrever como foi o processo que culminou no desastroso ato, restringindo-se apenas a registrar a sua concepção, com o ócio do rei no terraço do palácio, e as conseqüências de tamanho lapso moral para um homem segundo o coração de Deus. Como somos apressados na análise da passagem e de seu contexto, a nossa tendência, geralmente, é achar que tenha sido um deslize fugaz, alimentado pela involuntária visão da mulher desnuda banhando-se à vista da casa real. “Foi fruto de um momento psicológico”, afirmou alguém certa vez. Mas uma leitura acurada do texto bíblico leva-nos a concluir que se tratou de algo muito além de um simples e despretensioso olhar.[iii]

    Tal conclusão não é fruto da criatividade do autor, mas o resultado de pesquisas acerca do contexto em que os fatos se desenrolaram, sendo, como disse na abertura do capítulo 4, um exercício imprescindível para todos que querem, de fato, ensinar a Palavra de Deus com seriedade e compromisso (Rm 12.7b; 2 Tm 2.15).

    A Decadência de Davi

    As mulheres dos súditos pertenciam aos reis? Se havia tal costume, é preciso lembrar que, enquanto para os outros povos o rei era um deus, para Israel a política era totalmente distinta e antagônica, pois o próprio Yhwh ditava as regras de como o líder da nação deveria se comportar (Dt 17.16-20). Nas prescrições incluía-se — como não poderia deixar de ser —, vetos em relação ao sexo oposto. Ademais, o rei de Israel deveria cumprir as ordens de Deus que, na realidade, era o real Soberano daquele povo (At 13.22). Assim, seguindo essa hipótese, só temos duas opções: ou houve consentimento de Bate-Seba e, nesse caso, muito provavelmente eles já flertavam, ou então o pecado de Davi foi ainda pior e também se configura como estupro. Geremias do Couto sustenta a primeira tese:

    Como percebeu Grant R. Jeffrey, a primeira coisa que salta aos olhos é o grau de proximidade entre a família de Bate-Seba e a corte palaciana. Tanto Eliã, o pai daquela mulher formosa à vista, quanto Urias, o marido traído, pertenciam à nata da elite militar de Israel, composta de trinta e sete oficiais que, certamente, cuidavam da segurança do monarca. Como tais, viviam o dia-a-dia palaciano. Deduz-se, a partir disso, que Bate-Seba não era uma ilustre desconhecida, mas com certeza freqüentava a casa real, principalmente em ocasiões solenes e festivas, conhecendo a intimidade da corte. Não é nenhum exagero de interpretação admitir que o rei já a vira outras vezes e, quem sabe, aí tenha nascido a lascívia em seu coração.[iv]

    À luz dessa perspectiva, fica mais claro o porquê de o casal adúltero ter tanta “facilidade” de consumar um ato em plena claridade do dia, dentro do palácio real, tendo Davi outras mulheres e filhos já grandes. Era muita tranquilidade para tamanho erro. O que será que levou Davi a quase perder a salvação, o reino e a família, em troca de alguns momentos de prazer carnal? Essas sim são questões que devem nos fazer pensar e refletir, pois muitas vezes caminhamos em direção a um abismo e perdemos totalmente a noção do perigo que nos cerca. A proximidade com o sexo oposto, seja no caso de líderes ou não, deve sempre ser marcada pela discrição, respeito e temor a Deus, pois, caso contrário, o desastre é certo. Geremias do Couto fundamenta ainda mais a sua posição defendida ao dissertar da seguinte forma:

    Outro ponto que importa, ao tecermos a cronologia do pecado de Davi, era o fato de Bate-Seba residir nas cercanias do palácio a ponto de ele, do terraço, ter condições de invadir visualmente a privacidade da mulher. É possível pressupor, sem forçar a narrativa bíblica, que eram residências oficiais destinadas àqueles que desfrutam da intimidade do poder. Mas, por último, como aconteceu comigo, você se surpreenderá ao descobrir que Bate-Seba era neta de Aitofel, principal conselheiro do rei, uma espécie de chefe da casa civil do governo.[v] Que ela tinha acesso às antecâmaras reais, não resta nenhuma dúvida. Assim, o raciocínio fica completo quando você acrescenta a última peça do quebra-cabeças: contrariando o costume de o rei acompanhar o exército nas operações de guerra, Davi preferiu permanecer no palácio, enquanto os seus soldados combatiam os amonitas. Para quê? Deduza você mesmo.[vi]

    É possível que, se o raciocínio acima estiver correto, o narrador não tenha nem se dado conta de que o banho da mulher e o fato de Davi não ir à guerra na verdade não são meros acidentes, mas uma trama para consumarem aquilo que eles já acalentavam. Assim, Geremias do Couto conclui sua argumentação:

    Em outras palavras, tudo leva a crer que o adultério do rei foi algo laboriosamente premeditado nos escaninhos da mente. Levou tempo para ser consumado. Tudo indica que o ócio no terraço e o banho simultâneo da mulher foram alguns dos ardis do plano, racionalizados para que o desfecho parecesse algo repentino e involuntário, do qual Davi pudesse afirmar não ter tido culpa alguma. Isto se torna ainda mais claro pelas medidas que tomou ao saber que Bate-Seba ficara grávida. Na maior cara-de-pau, tentou tapar o sol com a peneira, chegando ao cúmulo de ser “generoso” com Urias, oferecendo-lhe a oportunidade de afastar-se do calor da guerra e passar uma noite em casa com a esposa, na tentativa de prover “outra” paternidade para o bebê. Por fim, como a iniciativa não funcionou, teve o desplante de dissimular o homicídio de Urias para não passar à história como covarde. Só que a última palavra sempre pertence a Deus, que, na hora certa, desmascarou a atitude pérfida de Davi.[vii]

    É difícil confrontar tal posição, pois não são conjeturas. Incluso ainda nesse mesmo problema, está a verdade de que, do ponto de vista da Torá, nem sendo marido Davi poderia ter relações com Bate-Seba, pois o texto diz claramente que ela estava se purificando (2 Sm 11.2-4).[viii] Isso significa que, se Bate-Seba havia acabado de fechar o ciclo menstrual, por um preceito da Lei estava impedida até mesmo de entrar no palácio e de tocar em qualquer coisa (Lv 15.19-30). Mas o que causa perplexidade em toda a questão é exatamente o fato de Deus ter ordenado que o rei de Israel deveria transcrever num livro a Lei e estudá-la para que não viesse a cair em pecado ou infringir os mandamentos do Senhor (Dt 17.18-20). Isso mostra explicitamente que Davi era profundo conhecedor da Palavra de Deus, algo de que ninguém duvida, pois os seus próprios numerosos e belos Salmos sugerem isso.[ix]

    As Consequências do Pecado de Davi

    A lista daqueles que foram afetados diretamente pelo pecado de Davi é extensa: ele pecou contra Bate-Seba; Eliã; Urias; as suas sete esposas (Mical, Ainoã, Abigail, Maaca, Hagite, Abital e Eglá); seus filhos (Amnon, o mais velho; Quileabe, ou Daniel; Absalão; Adonias; Sefatias; Itreão; e Tamar — todos esses nasceram em Hebrom, mais ainda há outros que nasceram em Jerusalém — 1 Cr 3.1-9); as suas dez concubinas (com quem ele, inclusive teve filhos — 1 Cr 3.9); o profeta Natã; contra o seu próprio povo que o admirava (inclusive mulheres — 1 Sm 18.6,7); os 600 homens que se juntaram a ele quando da “peregrinação involuntária” no tempo de Saul — 2 Sm 22.2; 23.13; além de vários outros grupos (1 Cr 12.1-22; 1 Cr 12.38; 1 Cr 11.15-19); as nações (1 Cr 14.17 — neste caso particular, a repercussão foi tão negativa que o narrador registrou: “Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do Senhor” — 2 Sm 12.14, ARA); a Lei;[x] e o pior de todos ― Deus ―, algo que ele mesmo admitiu: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm 12.13).

    Diferentemente do que alguém pode presumir, a confissão não ocorreu tão rapidamente assim. Deu tempo de ele saber que a mulher estava grávida, o que, provavelmente ela só pôde perceber, no mínimo, um mês depois (possivelmente por não ter ocorrido o próximo ciclo menstrual). Nesse momento, as coisas começam a se complicar ainda mais, pois Davi agora precisa “esconder” o mal feito. Assim, como todos conhecem a história, primeiramente há uma tentativa de fazer com que pareça que o filho é de Urias (2 Sm 11.6-13), tentativa frustrada, vem então o “plano B”, e aí o que já estava terrível fica sombrio, macabro e extremamente calculista: assassinar o soldado e ficar com a mulher (2 Sm 11.14-25). Assim, acreditando que o caso estava resolvido Davi, aguarda o período de luto de Bate-Seba e depois a recolhe como mulher, entretanto, o texto bíblico registra categoricamente: “Porém essa coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor” (2 Sm 11.27b). Flávio Josefo comenta que

    Deus olhou com cólera para esse ato de Davi e ordenou a Natã, num sonho, que o repreendesse severamente de sua parte. Como o profeta era muito sensato e sabia que os reis, na violência de suas paixões, consideram pouco a justiça, julgou que, para melhor conhecer as disposições do soberano, devia começar por falar-lhe docemente antes de chegar às ameaças que Deus havia ordenado.[xi]

    Uma das questões que fica pendente é: Por que Davi não sofreu as sanções da Lei? É possível que a “pena” para Davi tenha sido alternativa, pois Natã, após tomar as precauções colocadas por Josefo, preveniu-o acerca dos infortúnios que se seguiriam: “[...] não se apartará a espada jamais da tua casa”; “[...] tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol” e, finalmente “[...] o filho que te nasceu certamente morrerá” (2 Sm 12.10,11,14). Essa última sentença indica que a criança já havia nascido. Isso significa que, no mínimo, o pecado ficou “encoberto” por nove meses. Não considerando, claro, as hipóteses de que a criança possa ter nascido prematuramente, o que faria com que o tempo fosse menor, mas também dá margem à possibilidade de que a criança pudesse ter dez, onze meses, um ano ou até mais, não sabemos. Infelizmente, tal fato divide a vida de Davi em duas fases, assim como a unção também o fez. É provável que por cerca de vinte a vinte e cinco anos Davi tenha as sanções mais terríveis que se possa imaginar: filha violentada pelo meio-irmão; assassinato de meio-irmão para vingar a violência sexual de Tamar; usurpação do trono real por duas vezes e por dois filhos diferentes; filho que abusa das concubinas do pai enquanto este se evadiu (2 Sm 13―18; 1 Rs 1).

    Conclusão

    Todas as vezes que alguém quer justificar determinadas práticas improcedentes e ainda assim permanecer liderando ou aspirando liderança, apela-se para o exemplo de Davi. Entretanto, é preciso lembrar que os poucos momentos de prazer que o “homem segundo o coração de Deus” teve diluiram-se em muitos anos de dor, sofrimento e estigma. Mais do que isso, é imprescindível entender que Davi (mesmo tendo sido perdoado e, com certeza, um dos grandes homens de Deus) não se constitui em um referencial para os cristãos, antes, o referencial dos crentes é o Senhor Jesus Cristo (Ef 4.13). E é bom entender que Paulo se refere a Jesus quando Ele andou aqui na Terra, ou seja, plenamente humano, pois este é o propósito de Deus: que sejamos reposicionados originalmente ao estado em que Ele criou a humanidade ― algo que só é possível por intermédio de Jesus Cristo e seu Divino Espírito Santo (1 Co 3.18).



    [i] A nota desse versículo diz o seguinte: “Lit. Ao voltar o ano, i. é, ao voltar a primavera, que é o momento mais favorável para uma expedição militar. Cf. 2Sm 11.1”. Tradução Ecumênica da Bíblia. 3.ed. São Paulo: Loyola, 1994, p. 536.

    [ii] Uma das maiores provas disso é o pequeno livro de Rute. Seu propósito não é outro a não ser revelar a genealogia daquele que seria o maior rei de Israel.

    [iii] COUTO, Geremias do. A transparência da vida cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 103.

    [iv] Ibid., p. 103.

    [v] JEFFREY, Grant R. A assinatura de Deus. Bompastor, p. 259-261. Nota do autor: Ibid., p. 115.

    [vi] Ibid., p. 103, 104.

    [vii] Ibid., p. 104.

    [viii] O texto sugere, porém, que já haviam passado os sete dias necessários.

    [ix] Atribui-se a Davi a autoria de cerca de 73 Salmos.

    [x] “Embora tenha escrito que a ‘lei do Senhor é perfeita e revigora a alma’ (Sl 19.7) e que ela estava ‘no fundo do seu coração’ (Sl 40.8), Davi quebrou 40% do Décalogo de uma vez só. Em ordem cronológica, ele quebrou o décimo mandamento (‘Não cobiçarás a mulher do teu próximo’), o sétimo (‘Não adulterarás’), o nono (‘Não dirás falso testemunho contra o teu próximo’) e o sexto (‘Não matarás’). É por isso que ele usa duas vezes a palavra ‘transgressões’ no Salmo 32. Ele quebrou o nono mandamento no demorado esforço de manter as aparências e fazer tudo em segredo, às escondidas (2 Sm 12.12)”, Ultimato. Matéria: Contra quem Davi pecou. Ano XXXIX, número 303, Viçosa: Ultimato, novembro e dezembro de 2006, p. 28.

    [xi] JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. De Abraão à queda de Jerusalém. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 344.

    CARVALHO, César Moisés. et al. Davi. As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.150-58.

    Acesse o blog do autor www.marketingparaescoladominical.blogspot.com


    sexta-feira, 13 de novembro de 2009

    Sugestões e exemplos de atividades dinâmicas coletadas do Manual para o Culto Infantil 2000 - Ed. Sinodal.

    - colocar a criança na situação de um dos personagens.
    Antes de contar a história de Zaqueu propor que uma suba na mesa e observe as demais no chão e deixar que comentem suas reações; ou na história de um cego, antes de começar a história, proponha que fechem os olhos e tentem caminhar até o outro lado da sala ou abrir um pacote, e ouvir as descobertas e sentimentos. Na história da dracma perdida, esconder moedas na sala, para que as crianças procurem (podem ser moedas de chocolate).

    - explorar o conhecimento prévio das crianças.
    Na mesma história de Zaqueu, ao invés de experimentar subir na mesa, perguntar e ouvir os relatos das crianças sobre quando já subiram em árvores e qual a sensação que tiveram. Se a história fala de um mendigo, perguntar sobre os mendigos que vêem na rua, como será que eles se sentem, etc...

    - permitir que participem durante a história.
    1. combinar no início da aula, cada vez que aparecer o cachorro na história vocês devem dar dois latidos e cada vez que alguém bater à porta, vocês batem 3 vezes na mesa. (especificar bem a quantidade para evitar bagunça e dispersão).
    2. distribua as figuras de personagens da história antes de começar e peça a cada criança que coloque o seu personagem na hora em que ele aparecer na história. (Ex. na história da ovelha perdida, prepare as ovelhas antes da aula com as crianças e peça que as segurem; quando você falar que o pastor tinha muitas ovelhas, peça às crianças que as coloquem na mesa; quando uma fugir, você mesmo a tira e continua a história.

    - Dramatização (cena muda / mímica / fantoches)
    1. Para fixação da história, divida a turma em grupos e peça que cada grupo encene, sem palavras ou com bonecos que eles mesmos façam usando sucata, uma parte da história e deixe os outros adivinharem que parte é (você pode distribuir papéis com as cenas ou deixar que eles escolham as partes que mais gostaram).
    2. Formar duplas, e cada dupla tem que inventar uma cena ou mímica, para que os outros adivinhem, sobre como usará o que aprendeu na história no seu dia a dia.

    A EXPANSÃO DO REINO DAVÍDICO - LIÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

    Texto Bíblico: 2 Samuel 5.6-10

    A Primeira ação de Davi como rei foi um golpe de engenhosidade política. Nem Maanaim, onde Isbosete havia reinado, nem Hebrom, que havia sido capital de Judá, eram adequadas para ser a capital da nação. A primeira ficava na Transjordânia, fora da própria terra da Palestina; a segunda estava longe, ao Sul, identificada muito mais com a tribo de Judá. Assim Davi e seus homens vieram a Jerusalém, uma antiga cidade jesubita, situada no sul de Benjamim, mas não distante da fronteira norte de Judá. Ela fica em um planalto da região montanhosa, aproximadamente 32 quilômetros a oeste da extremidade norte do mar Morto. O terreno é fortificado pela própria natureza de tal maneira que, em tempos antigos, foi capaz de resistir a longos cercos. Embora situada no coração da Palestina, a cidade então chamada de Jebus – jamais fora conquistada pelos Israelitas, e era ocupada por uma Tribo cananita conhecida como “jebuseus”.

    A guarnição de defesa de Jerusalém era tão confiante, e sentia-se tão segura, que seus líderes insultaram a Davi com palavras que deveríamos provavelmente traduzir como: “Não podes entrar aqui, porque até mesmo os cegos e os coxos podem repelir os teus ataques”. Sua exultação duraria pouco, pois os homens de Davi logo anularam as defesas e entraram na fortaleza. A referência ao canal, mais propriamente, ao túnel de água, não está inteiramente clara, mas pode fazer referência a um duto não vigiado através do qual os soldados de Davi foram capazes de rastejar, e passaram dessa forma pelas meticulosas defesas. Tem sido sugerido que o sistema de água descobertos pelos arqueólogos do Fundo de Exploração da Palestina, pouco depois de 1922, pode ser identificado a entrada. Este sistema consistia de um poço ligado a um túnel vertical que levava a uma fonte do lado de fora dos muros. O texto em 1 Crônicas 11.4-7 identifica Joabe como capitão que conduziu ousada expedição. O insulto dos jebuseus fez sugerir o provérbio: Nem cego nem coxo entrarão na casa.

    Um nome familiar por todo o restante do Antigo Testamento é encontrado pela primeira vez aqui. Sião (v.7) era o monte sobre qual a fortificação dos jebuseus estava situada, e, posteriormente, se tornou o local para onde Davi levou a Arca da Aliança. O nome foi mais tarde estendido para incluir toda a área do Templo, e o monte Sião tornou-se um deleite e a alegria do povo de Deus ao longo dos séculos. Esta se tornou conhecida como a Cidade de Davi.

    Depois, Davi parte em rota de colisão contra os poderosos filisteus no vale de Refraim e, a seguir, dirige-se contra Gate (1 Cr 18.1), culminando na completa desorganização filisteia (2 Sm 5.17-25). Enquanto enfrentava as ameaças fronteiriças, Davi fortificava-se diplomaticamente com outras nações. Estabelece alianças com Hirão, rei de Tiro (2 Sm 5.11; 1 Cr 14), e Tói, rei de Hamate (2 Sm 8.10). Contudo ao tentar fazer aliança com os amonitas, estes, desdenham o acordo, e contratam mercenários siros para pelejarem contra Israel. Essa malfadada atitude dos amonitas culminou em sua completa derrota (2 Sm 8.10).

    Texto extraído dos livros: GONÇALVES, José. et. al. Davi, As vitórias e as Derrotas de um Homem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

    MULDER, Chester O. et. al. Comentário Bíblico, Beacon, v 2. Rio de Janeiro: CPAD 2008.

    quarta-feira, 4 de novembro de 2009

    PORTA LÁPIS EM E.V.A


    Lição 6 EBD WEB


    O som do vídeo não é de boa qualidade.

    DAVI UNIFICA O REINO DE ISRAEL



    Texto Bíblico: 1 Samuel 16.1,12,13; 2 Samuel 5.2

    Dois incidentes que merecem a nossa atenção na trajetória de Davi rumo à unificação do reino são as mortes de Abner, comandante das tropas de Saul, e posteriormente de Isbosete, filho de Saul. Quando já proclamado rei pela casa de Judá, Davi dá sinais de aproximação das outras tribos quando enviou uma comitiva a Jabes-Gileade parabenizando-o pelo gesto humanitário que tiveram com Saul (2 Sm 2.5-7). A intenção de unificação demonstrada por Davi é vista nas suas palavras que a comitiva levou a Jabes-Gileade: “Esforcem-se, pois, agora as vossas mãos, e sede homens valentes, pois Saul, vosso Senhor, é morto, mas também os da casa de Judá já me ungiram a rei sobre si” (2 Sm 2.7).

    A existência de dois reis, um em Hebron e outro em Maanaim, gerou uma guerra civil, levando os homens de Davi e Isbosete a se enfrentarem numa batalha sangrenta (2 Sm 2.12-17). Nessa batalha Davi saiu vencedor. A unificação fica mais próxima quando Abner, comandante do exército de Isbosete, se desentende com ele e procura Davi, reconhecendo ser este o legítimo herdeiro do trono (2 Sm 3.9,10). Os preparativos para a unificação já estavam em andamento quando Joabe, comandante das tropas de Davi, mata por vingança a Abner (2 Sm 3.20-22). O incidente colocou Davi numa posição delicada, já que poderia ser acusado de ter conspirado contra a vida de Abner. Numa postura firme para demonstrar sua inocência diante do incidente, Davi amaldiçoa Joabe por seu ato traiçoeiro (2 Sm 3.28,29). Em um momento delicado como esse Davi não podia deixar que nenhuma dúvida pairasse sobre sua integridade. Se ele estava no trono foi por desígnio divino, e não por resultado de alguma armação. Davi convocou um luto geral, e ele mesmo seguiu o corpo de Abner em seu sepultamento em Hebrom. “Rasgai as nossas vestes, cingi-vos de panos de saco, os sinais de profunda tristeza”(2 Sm 3.31). Por não suspeitar do mal, Abner não fez qualquer tentativa de defesa ou fuga. O luto continuou com um jejum por todo o dia, observado tanto pelo rei como pelo povo. A conduta e a evidente sinceridade do rei deixaram claro para todas as tribos de Israel que a morte de Abner não foi determinada por ele.

    A ocorrência desses incidentes e como Davi se portou diante dos mesmos são de extrema importância no processo de restauração do reino. A história de Davi deixa claro que fora colocado no trono por Deus, e não pelo homem. Ele sabia que para crescer e unificar seu povo não necessitava matar ninguém. Infelizmente, alguns para crescer acreditam ser necessário matar os outros.

    Tendo morrido Abner e Isbosete, os anciãos de Israel procuraram Davi e lembraram-lhe da promessa que o Senhor lhe fizera: “Somos do mesmo povo que tu és. Outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu que fazias entradas e saídas militares com Israel; também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e será chefe sobre Israel” (2 Sm 5.1,2). Com esse gesto, os anciãos de Israel demonstraram serem sabedores de que a unção real estava de fato sobre Davi e, portanto, não havia razão para se postergar ainda mais a sua escolha como líder de toda nação (2 Sm 5.3). Com a coroação de Davi sobre todo o Israel, o reino finalmente estava unificado.

    Bibliografia:

    GONÇALVES, José. et. al. Davi, As vitórias e as Derrotas de um Homem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

    MULDER, Chester O. et. al. Comentário Bíblico, Beacon, v 2. Rio de Janeiro: CPAD 2008.

    ORIGEM DA ESCOLA DOMINICAL

    Os missionários escoceses Robert (1809/1888) e Sara Kalley (1825/1907) são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não era grande; apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florecesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Essa mesma Escola Dominical deu origem à Igreja Congregacional no Brasil.

    Hoje, no local onde funcionou a primeira Escola Dominical do Brasil, acha-se instalado um colégio (Colégio Opção, R. Casemiro de Abreu – segundo informações da Igreja Congregacional de Petrópolis). Mas ainda é possível ver o memorial que registra este tão singular momento do ensino da Palavra de Deus em nossa terra.

    Houve, sim, reuniões de Escola Dominical antes de 1855, no Rio de Janeiro, porém, em caráter interno e no idioma inglês, entre os membros da comunidade americana.

    Fonte:ensinodominical.wordpress.com